terça-feira, 5 de junho de 2012

A história dos 70/15/15 da UFRGS em 2012 ou Quem fala em democracia hoje na UFRGS?




O atual Reitor, hoje candidato pela Chapa 2, planejou desde o ano passado a consulta para reitor de 14/6 com percentuais de 70/15/15.

Vejam, e principalmente ouçam a reunião chamada por ele em 18/10/2011, quando foi deflagrada sua estratégia para garantir esta eleição espúria: http://www.youtube.com/watch?v=uaZ0tb1vC8k&list=UUR9k2w-pFnU1ICtK2kQLxuw&index=3&feature=plcp

Nesta reunião o Reitor comunicou as entidades da comunidade universitária (ASSUFRGS, ADUFRGS e DCE) que uma Nota Técnica do MEC  impedia a UFRGS de realizar eleição que não fosse dentro do percentual de 70/15/15. A menos que a UFRGS alterasse seu Estatuto no dispositivo que determina a consulta quando da elaboração da lista tríplice.

Na mesma reunião, o Reitor deixa claro que não aceitará fazer acordos com outros candidatos para levar a cabo uma eleição mais democrática. Não quis também, apresentar a proposta de alteração do Estatuto ao Conselho Universitário. Porque se o fizesse e contando com a imensa maioria que o apóia, certamente a alteração estatuária aconteceria e a UFRGS teria uma eleição com percentuais mais democráticos.

Finalmente, o Reitor anunciou uma Comissão Especial do CONSUN que, contrariando as finalidades anunciadas, se manifestou contrária a alteração do Estatuto da UFRGS para permitir uma eleição com percentuais mais democráticos. (Relatório da Comissão Especial ). 

Por outro lado, mas dentro da estratégia, a ADUFRGS se apressou a fazer uma enquete, perguntando a seus associados se concordariam que a UFRGS alterasse seu Estatuto (informativo da ADUFRGS, divulgando a pesquisa). Segue a pergunta e os resultados:
    A pergunta:   Você é a favor de retirar a frase: "incluirá consulta à comunidade  universitária" do Estatuto da UFRGS"?
Resultados:         Sou favorável à retirada da frase:
                   Número de respostas: 64
                   Percentagem de respostas: 13%
              Sou contra a retirada da frase:
                   Número de respostas: 432
                   Percentagem de Respostas: 85%
              Sou indiferente a retirada da frase:
                   Número de respostas: 14
                   Percentagem de respostas: 3%

O passo seguinte da estratégia era no CONSUN. Quem viu a reunião até se comoveu com a veemência dos discursos de quem era contrário a alterar o Estatuto. Diziam que “este dispositivo é um avanço na nossa Universidade". A consulta à comunidade, diziam, "foi incluída no Estatuto à uma época em que isto era impensável". "Não devemos alterar nada" - foi a tônica das falas no CONSUN. Isto tudo, apesar da defesa, feita pelos representantes dos técnico-administrativos e estudantes, demonstrando que tal dispositivo foi importante em outra conjuntura. Hoje, argumentaram alunos e funcionários, tal dispositivo é um entulho à barrar a democracia universitária.  (ata 1143 do CONSUN).

O resultado só poderia ser um:  o CONSUN manteve o dispositivo com 49 votos a favor, 12 contrários e 2 abstenções, sendo que o outro candidato – chapa 2 – estava  dentre esta maioria acachapante.

Depois disto, em outra reunião somente se preocuparam em aprovar o regimento eleitoral para 2012, onde constou a fórmula com o peso de 70/15/15.

Diante destes fatos todos, documentados, fica claro quem é contrário à democracia na UFRGS e quem faz uso do autoritarismo:

O atual reitor da UFRGS, que hoje é o candidato da chapa 2, mostrando subserviência à interferência do MEC na autonomia da Universidade. Ele que em 2008 foi eleito através de acordo, com a vigência das mesmas normas de hoje, as quais reputa como limitadoras de qualquer alternativa foras dos 70/15/15. Ele, ao se recusar, então, a encaminhar uma proposta ao CONSUN, alterando o Estatuto da UFRGS.

A Comissão Especial do CONSUN, servil, ao extrapolar de suas atribuições e propor que não fosse alterado o Estatuto da UFRGS.

A maioria do CONSUN, domesticado pela Reitoria,  que não aprovou a proposta de alteração apresentada pelos técnico-administrativos e alunos. Dentre esta maioria, não se pode deixar de citar,  um professor que é candidato hoje pela chapa 1.

Finalmente, supondo que legítima e representativa a consulta feita pela ADUFRGS, os professores da UFRGS que, ao que parece, abandonaram a luta pela autonomia e democracia universitária.




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